sexta-feira, 11 de março de 2022

O BRASIL DOS NEGROS E A DÍVIDA HISTÓ(É)RICA

 


Para um Brasil altamente miscigenado, a discussão racial é, no mínimo, um grande despropósito. A apresentação da questão racial, apenas pela cor da pele, é uma das maiores negações das comprovações científicas. Não causa estranheza, que nestes tempos extremados, de ânimos acirrados e de intolerância, as coisas relativas à diáspora afrodescendente, provoque tanta discussão, discórdia e violências.

A chegada dos portugueses às costas brasileiras, sem duplo sentido, iniciou um processo contínuo de miscigenação, inicialmente com os povos originários, povos esses que são os verdadeiros donos dessa terra. Imagine que, depois de meses, no meio do oceano, aqueles homens, em jejum sexual, deveriam estar ávidos por “degustar” ou “se empanturrar” com corpos femininos, fossem de onde fossem. Relatos sobre esses fatos são bastante fartos na História da Humanidade, não seria diferente com os navegadores da Era dos Descobrimentos.

Depois dos portugueses, chegaram por aqui os espanhóis, os franceses, os holandeses, os ingleses, os italianos, os judeus, os árabes, os turcos, os russos, os poloneses, os alemães, os japoneses, os chineses e gente de todo lugar do mundo, fugindo da violência das perseguições étnicas, das guerras, da pobreza e da fome. Ao chegarem por maqui, até que se sentissem plenamente em casa, fecharam-se em seus grupos. Depois foram se relacionando com outros povos e, principalmente, com os nativos. Estes possuíam(possuem) uma atitude acolhedora sem igual, que muitas vezes foi confundida com “facilidade” ou promiscuidade. O fato é que essa mistureba criou esse Brasil multifacetado e plural, tanto etnicamente como culturalmente, que tornou o brasileiro como uma “raça” indefinida, que gerou o tal “complexo de vira-lata”, que reduz a capacidade de adaptação desse povo que, por afinidade ou necessidade, precisou se unir, de todas as formas, para resistir e sobreviver.

A diáspora negra, no Brasil, se deu de forma violenta e involuntária. A empáfia do europeu, que se achava superior e acreditava que tinha o direito de exercer a dominação sobre todos os povos “periféricos”, matou milhões de pessoas ao redor do mundo conhecido, escravizou os indivíduos mais fortes e capazes de garantir produção. As mulheres, principalmente as de origem nobre dos povos africanos, foram estupradas, mortas e escravizadas. A ocupação das Américas se deu, em grande parte, desse modo. Enquanto na região mais ao norte, onde hoje estão o Canadá e Estados Unidos da América, os negros escravizados não eram de povos muito diferentes, o que facilitou o surgimento de uma resistência muito forte por parte dos escravizados. No Brasil, os negros traficados/exportados/expatriados para cá, eram de várias nações que, via de regra, eram rivais em seus locais de origem. Por isso, a união dos povos originários da África, foi muito mais difícil. E, me parece que, até hoje, essa rixa permanece entre as populações negras, uma vez que se percebe uma grande diversidade de movimentos em defesa da população negra e, cada um puxa a brasa para o seu lado, um dizendo que é mais 100% negro do que o outro. A verdade, nua e crua, é que somos todos mestiços, tenhamos pele clara ou pele escura, não importa, todos temos a mistura de etnias em nosso sangue, uma mistura de europeus, asiáticos, médio orientais, indígenas e afro descendentes. Reduzir a questão do conflito racial, no Brasil, entre brancos e negros, é negar a própria História desse país.

Nunca vou negar que boa parte das interações raciais, principalmente entre europeus e afros, foram de violência, inclusive a sexual. Conta-se que as negras escravas, tinha o hábito do banho e do perfume no corpo, coisa que as brancas europeias eram avessam. Agora imagine, em plenos trópicos, debaixo de um sol escaldante de verão, não tomar banho era, simplesmente, terrível. Então, a escolha para as “diversões sexuais” recaía sobre as mulheres perfumadas e naturalmente belas.

O passado escravocrata do Brasil, com o apoio da Monarquia, uma vez que o comércio de escravos (negros) era perfeitamente legal, com feira livres para vender essas almas, deixa uma dívida histórica sem preço e sem precedentes. O problema é que essa dívida não pode ser paga em dinheiro, para cada um dos descendentes dos povos escravizados. Outro engano é atribuir essa dívida histórica a todos os brancos, como se eles fossem os culpados pela escravidão. A monarquia é que foi a grande responsável, portanto, quem deveria ser cobrada por isso seria os herdeiros do Trono do Brasil. Mas o Brasil é uma República, não uma monarquia. Outra coisa, existiram, também, negros senhores de engenho, que possuíam muitos e muitos escravos negros, o que lhes auferia status social e um sinal de riqueza. Então, de quem deve sar cobrada a dívida histórica?

Que existe uma dívida histórica, não resta a menor dúvida. Ela deve e precisa ser paga. Mas não pode e nem deve ser paga em dinheiro vivo, esta dívida deve ser paga com políticas de equidade, organizadas e implementadas pelo Estado Brasileiro, juntamente com o conjunto da sociedade, através dos seus mais variados representantes, organizados ou não, a fim de encerrar de vez, o abismo existente entre os mais ricos e os mais pobres, com uma presença de negros desproporcional entre essas classes, onde os negros predominam entre os mais pobres. Essa dívida deve ser paga com a garantia real de igualdade de oportunidades, através de serviços públicos de altíssima qualidade, através da Saúde, da Educação, da habitação e do Saneamento, criminalizando e punindo, de fato, quaisquer atos de violência étnico-racial e/ou discriminação, seja o indivíduo de qualquer espectro étnico ou social. As pessoas, não importa a origem, credo ou o que for, merecem dignidade. O grande preconceito, no Brasil, não é, apenas, contra os negros, é, principalmente, contra os pobres. E os negros, em sua maioria, estão localizados nesse espectro social.

Existem representante de movimentos negros que EXIGEM a reparação da dívida histórica em dinheiro, com depósito realizado diretamente na sua conta bancária, com cifras que chegam a mais de sete dígitos, antes da vírgula, de forma a se tornarem milionários. Uma atitude egoísta e individualista. Mas isso não zera essa conta histórica. Essa conta não fecha e nunca será fechada, se não for discutida de forma equilibrada, inteligente e civilizada, que possa resolver o problema de todos, inclusive dos brancos que se sentem culpados pela diáspora africana, por conta dos seus ancestrais. Reivindicação egocêntrica e presunçosa, com disfarce de ação reparadora e inclusiva, não passa de um sentimento vil e rasteiro de vingança.

A dívida histórica é, e sempre será, da Monarquia, que a República precisa resolver, com a criação de condições para que negros pobres (e brancos pobres) tenham as mesmas oportunidades e possibilidades que possuem as elites, elites essas que abrigam muitas pessoas negras.

A separação de negros e brancos em guetos, nos bancos escolares, no transporte coletivo enfim, em todos os lugares, é a reivindicação de muitos brancos reacionários e outros tantos negros descerebrados. Ambos querem a mesma coisa, a recriação do apartheid, da África do Sul, e das revoltas e cisões raciais nos Estados Unidos dos anos 1950/1960, o retorno das políticas nazistas de purificação racial e ao caduco eurocentrismo medieval, re-criando uma versão deformada afrocentista, com todas as ideias medievais delirantes, que pregavam que a Europa era o centro do mundo, ainda hoje representada em muitos mapas. A Europa acreditava que o restante do mundo era uma periferia selvagem que precisava ser civilizada, domesticada, cristianizada, conquistada e europeizada.

Essas vertentes separatistas, entre brancos e negros, no Brasil, trazem consigo a ignorância histórica dos negacionistas, tanto do lado dos negros intransigentes, como do lado dos brancos intolerantes, mostrando que essas diferenças ínfimas e sem a menor importância, os tornam profundamente iguais.

Puro retrocesso.

 

Magé, 11 de Março de 2022.

Edson Oliveira

Publicitário e Diretor de Marketing do Instituto Água

terça-feira, 11 de junho de 2019

PODER E SEDUÇÃO

Os últimos acontecimentos, hoje estamos no dia 11 de Junho de 2019, no que tange nos protagonistas da chamada Operação Lava Jato, nos têm preocupado sobremaneira. Não que estejamos com opinião pendente para um lado ou para outro. Não nos apetece a ideia de defender, incondicionalmente, o pessoal do Ministério Público, liderados pelo Deltan Dallagnol, ou o ex-juiz Sérgio Moro, ou o mais famoso dos acusados e condenados, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, nem nenhum dos acusados e, eventualmente, condenados por corrupção.

O que nos preocupa, de fato, é a condução dessas questões, do ponto de vista do Marketing. Aqui, podemos substituir o termo Marketing por Gerenciamento, ou como alguns gostam de dizer, Gestão da Crise, uma vez que, colocada ao público contribuinte as artimanhas para enquadrar o mais famoso dos acusados, nenhum dos envolvidos se deu conta de que qualquer coisa que fosse dita, se voltaria contra eles. Os fatos são os fatos, o resto é história. Mas para se contar uma boa história e que ela seja convincente, a primeira coisa da qual não se pode abrir mão é a CREDIBILIDADE. E o que temos, hoje, é a total falta de credibilidade nas instituições. Seja pela falta de transparência, seja pela profusão de notícias falsas, seja pela total incompetência em gerenciar crises.


Não é de hoje que a repercussão dos fatos da tal Operação Lava Jato provoca ira de um lado e comemorações do outro lado, numa torcida apaixonada do contra e do a favor, seja por um lado ou por outro. Aqui, como em todos os casos recentes, tais como o do Neymar Jr., do vereador Carlos Bolsonaro, sobrou arrogância e faltou inteligência de Marketing.

Como é isso, então, que um profissional de Marketing se torna figurinha fundamental para orientar uma pessoa pública, seja um jogador de futebol, um reitor de universidade, um vereador, um procurador público ou, até mesmo, o presidente da república? Muito simples de entender e difícil de aceitar, até, porque, as pessoas acreditam que podem resolver esses problemas por conta própria. IMAGEM PÚBLICA. Coisa difícil de construir e muito fácil de ser destruída. Se bem que, a maneira como foi construída a Imagem Pública do, agora, Ministro Sérgio Moro, assim como a do Procurador Deltan Dallagnol, se aproveitou da imagem de um ex-metalúrgico que alcançou o cargo de Presidente da República a duras penas, após ter perdido três eleições.

De maneira frágil, do ponto de vista do Marketing, a imagem construída dessas duas personagens, cedo ou tarde iria se desfazer. Imagem é tudo. Mas precisa ser construída sobre fatos relevantes e que suportem os mais duros revezes. Hoje só temos uma pessoa que está sabendo usar, com inteligência, a sua imagem pública, mesmo preso há mais de ano, Lula incomoda quando o deixam falar. Lula sabe usar, muito bem, a sua imagem, além de tudo, aprendeu a ouvir seus conselheiros mais equilibrados e não se deixa seduzir pelo “eu mesmo faço” das redes sociais que, se utilizada de forma irresponsável e nada profissional, provoca os maiores desastres institucionais. A realidade não nos deixa mentir, nem aponta que estamos equivocados na nossa avaliação.

Quem olha “de fora” tem uma visão mais ampla do jogo que está sendo jogado. Na política, todos os jogadores estão viciados em velhos hábitos, usos e costumes. Acreditam que podem resolver tudo e explicar tudo, sem a devida orientação de como agir, falar e se dirigia ao público. E isso não é uma tarefa fácil. É um erro gravíssimo imaginar que os públicos são sempre crédulos, sempre contra ou sempre alienados. As pessoas se interessam por aquilo que as afeta diretamente. E as pessoas estão percebendo que a política acontece todos os dias, todas as horas, a cada instante, por isso estão acompanhando. Sabem que a política está afetando o seu bolso, que é um órgão hipersensível.

O que estamos vivendo nestes últimos meses é um festival de bizarrices que, via de regra, favorece o preso mais famoso do Brasil, que foi promovido de preso comum, por corrupção, à categoria de preso político. E isso é um fato. Reforçado, sem que uma palavra fosse dita nesse sentido, pelos seus próprios adversários que, de maneira amadora e pueril, conversaram em um aplicativo de comunicação, sem se darem conta de que a internet é o “lugar” mais inseguro do universo. Invasores existem por todos os lados. E, cá entre nós, tem coisas que devem ser conversadas longe de tudo e de todos. As novas tecnologias permitem que todo e qualquer espaço público ou privado, real ou virtual, seja monitorado permanentemente. Essas conversas no aplicativo foi, no mínimo, burrice.

O que temos agora? Todo um trabalho, de extrema importância para a moralização de todo um país, que limparia toda uma história nacional, que foi construído arduamente, ao longo de décadas, pode ser jogado fora, anulando julgamentos e inutilizando provas importantíssimas, por causa incapacidade de conviver com as nuances do poder e não se deixar seduzir por ele, ainda mais quando a fama explode como uma chuva de fogos de artifício, num espetáculo ilusório como os filmes de aventura e de super heroísmos.


Pessoas públicas deveriam aprender a lidar e a administrar a sua imagem. Quem pode orientar e “educar” esses indivíduos são os profissionais de Marketing, que vivem fazendo isso com produtos, serviços, empresas e, até mesmo, pessoas.

Imagem é tudo. A má administração ou a total ausência dela coloca tudo a perder, numa eventual crise, por menor que seja.

Afinal, os fatos são os fatos, o resto é história.

E, até, os fatos podem ser construídos. E entrar para a História.

domingo, 7 de abril de 2019

MIOPIA

Lá pelos meados do Século XX, Theodore Levitt escreveu seu artigo "Miopia em Marketing". Li e reli este artigo dezenas de vezes e perdebo que se tornou um texto, por assim dizer, profético. Ali ele discorre sobre a visão curta e/ou distorcida dos negócios, falhas administrativas, ausência de propósitos, de planejamento e de inteligência corporativa, com gestores que preferem olhar para o próprio umbigo a levantarem os olhos para a realidade do mercado.

Não pretendo, nesse momento, fazer nenhuma crítica pessoal sobre métodos ou critérios que os gestores possam assumir no curso de suas atribuições, mas o mínimo que se espera é equilíbrio e bom senso. O que observamos na política nacional, no nível superior da gestão federal, é um apanhado de trapalhadas de fazer vergonha aos Três Patetas. A quantidade de trapalhadas, de feitos e desfeitos, de ofensas pessoais, desequilíbrio emocional e uma gestão voltada, unicamente, para satisfação do ego, são de deixar qualquer um constrangido. A falta de temperança do Ministro da Economia, o Sr. Paulo Guedes, durante a sabatina com Deputados, é de cortar o coração. Frente à provocação, da falta de educação e de respeito manifestada pelo deputado do PT, caberia ao Sr. Paulo Guedes, como Ministro de Estado, dizer, claramente, que não foi ali para ser agredido e que não permaneceria no recinto, se o discurso permanecesse nesse nível. Mas, qual nada, desceu do seu pedestal e foi bater boca, de igual para igual, demonstrando incapacidade para um cargo de tamanha importância e que exige comportamento diplomático frente a ofensas muito mais graves.

Mas essa parece ser a tônica desse governo. Decisões são tomadas no arroubo de posições pessoais, em detrimento do interesse nacional. Ofensas são dirigidas a um Estado, mesmo que não localizado, mas com lugar de observador na ONU, de maneira irresponsável, o que pode provocar uma grave crise entre o Brasil e o Estado Palestino. Logo o Brasil, que sempre tomou a sábia decisão de manter a neutralidade. Isso sem falar na abertura de um escritório de representação em Jerusalém. Isso vai, sim, criar muitas dificuldades para o Brasil, no que se refere às exportações de frango e carne bovina para os países árabes. São, nada mais nada menos do que 65% das exportações de frango e 40% das exportações de carne bovina. Já não bastasse os problemas com a luta contra a corrupção, e vem o governo abrir mão de um baita negócio, por causa de posições religiosas.

Para entender a questão de Israel, é bom saber que, segundo a Bíblia, o povo de Israel, quem foi prometida a terra que emana leite e mel, não é o Estado de Israel, mas os descendentes de Jacó, que depois da luta com o anjo, e ter uma das pernas mutilada, recebeu o nome de Israel. A ele foi feita a promessa da terra que teriam por herança, os "filhos de Israel". Não os israelenses. Esse relato bíblico é a profecia da libertação do povo de Israel, os tais descendente de Jacó, feitos escravos por 400 anos no Egito, libertados por Moisés, que não era branco e se casou com uma etíope.

Também de acordo com os relatos bíblicos, quando Jesus fala de libertação, não fala de política partidária ou do Estado estabelecido, que ele mesmo orienta a ser respeitado. "Dai a César o que é de César e a Deus o que é de Deus". Portanto, se César que terras, que e ela sejam dadas todas as terras que ele quiser. Mas, nunca entregue seu espírito, nem a sua dignidade, nem a sua vida. Assim, fazer a leitura de que Israel descrita nos relatos bíblicos é o Estado de Israel, é uma miopia fenomenal. Uma incapacidade de compreensão dos fatos históricos e os desejos de uma religião.

Acreditar que o uso da força vai reduzir o uso da força é o mesmo que combater fogo com fogo. Fogo se combate com água. Ou com pó seco. Erro de análise, crença em mitos, provincianismo e ciclo auto ilusório. Quando o Presidente abre as portas para uma nação exploradora, sem exigir contrapartida, é se colocar sob a sujeição do Sr. Trump. Quando o Sr. Presidente diz que não há nada a construir para os brasileiros, mas desconstruir o que seus antecessores fizeram, para "limpar" o Brasil da impureza comunista e de esquerda, já não é miopia, é cegueira. Quando um Ministro da Educação ofende os brasileiros, mesmo os que nunca viajaram para o exterior, é miopia, porque não consegue ver de forma clara, objetiva e verdadeira.

Não é possível acreditar na máxima do "ele não me representa". Ele representa, sim, é o Presidente. O que podemos esperar é que ele perceba que precisa de óculos para ver o mundo de maneira mais nítida, mais clara, sem os entraves da religião e das crenças e ideologias pessoais. Ele foi eleito para governar e, como prometeu, um Brasil para os brasileiros. Não cabe aqui discutir se a campanha teve esse ou aquele viés ideológico. Isso já é pretérito. A campanha já acabou e os Bolsonaro já deveriam saber disso. O pai deve governar, mesmo que não goste ou acredite que não nasceu para isso. Quanto aos filhos, coloquem-se no seu devido lugar. São parlamentares. Então parlamentem, em vez de ficarem lançando seus pensamentos ao vento, criando tempestades.

quinta-feira, 3 de maio de 2018

A TEORIA DA MOCHILA



No filme "Amor Sem Escalas", George Clooney representa um executivo de Recursos Humanos, responsável por demitir pessoas. E ele gosta do trabalho que faz, tem prazer nisso. Entre uma "execução" e outra, dá palestras para outros executivos de RH, nos auditórios de aeroportos. Sim, ele se sente em casa nos aeroportos.

Mas não é de onde, nem como ele se sente em casa, que quero falar, hoje, é sobre a, tão falada no filme, Teoria da Mochila Vazia. Em suas palestras ele discorre sobre uma hipotética mochila, na qual ele convida as pessoas a colocarem as coisas que vão carregando pela vida. Coisas úteis e coisas perfeitamente inúteis.



Então, pensemos sobre a mochila hipotética e as coisas que colocaríamos dentro dela. Agora, vamos pensar além do que o personagem propõe, o de tirar o peso dos ombros, descartando a mochila com tudo o que ela tem dentro. Vamos pensar no que é, realmente, um peso em nossas vidas.

Todos nós temos uma mochila hipotética para encher, ou em fase de enchimento. E não estou propondo que, todos, descartemos nossas mochilas. Não. Eu acredito que se fizermos isso, estaremos abrindo mão de nossa própria história, de nossas lembranças e, em muitos casos, da nossa própria existência. O nosso problema não está na mochila, nem nas coisas que colocamos lá dentro, o problema está nas escolhas que fazemos, das coisas que vamos colocar dentro de nossas mochilas. Olhe para a sua mochila. Olhe para o que você escolheu colocar dentro dela. A mulher amada, os filhos, a casa, o carro, as viagens, os planos de carreira, a preocupação excessiva com a morte e o medo de morrer, a conta bancária, o futebol com os amigos, trabalhar demais, trabalhar de menos, reclamar das coisas, agradecer pela vida. Agora, pergunte a si mesmo: o que você colocou na sua mochila é, realmente, tão importante assim?

Agora, vamos olhar para as nossas escolhas, retirando todas elas de dentro da mochila, com todo cuidado para não quebrar. Quando tiver tirado tudo de dentro da mochila, olhe atentamente para cada uma delas. Agora, pegue cada uma, com as duas mãos e perceba o quanto pesa cada uma delas. Avalie, atentamente, para não se arrepender depois. Arrependimentos sinceros são coisas muito boas, redirecionam nossas vidas. Mas, escolhas sensatas evitam muitos problemas e arrependimentos desnecessários.

Novamente voltemos ao conteúdo que retiramos da mochila. Sinta o peso de cada uma delas. Depois disso, recoloque na mochila, tudo aquilo que você sente que não te pesa. Avalie cada coisa e, antes de colocar dentro da mochila, sinta, de novo, o peso que cada coisa tem na sua vida. A mulher fútil, o carrão de luxo, a casa esplendorosa, os filhos abandonados e mal educados, os cartões de crédito estourados e todas aquelas coisas que não têm a menor importância e que, no entanto, não nos permitimos ou relutamos em abrir mão delas.

Aquilo que amamos, de verdade, e prezamos genuinamente, não pesa. O problema é que essas coisas não têm glamour, não trazem fama e nem fortuna.

A Teoria da Mochila Vazia tem o seu sentido  e um profundo significado, se pensamos nas escolhas que fazemos na vida, nas coisas que escolhemos, não pelo seu preço, mas pelo valor que carregam em si mesmas, sem dar importância se isso faz, ou não, diferença para os outros. E, se tem uma coisa que nos influencia a fazer as escolhas certas, das coisas que vamos colocar em nossas mochilas, é o desejo profundo e genuíno de encontrar a felicidade. E a felicidade não se compra. Até porque as coisas que nos fazem felizes são muito simples, geralmente não custam nada e não pesam nem um pouquinho.

A propósito, o filme tem um final melancólico. O personagem de George Clooney ganha as tão esperadas milhões de milhas, não encontra o amor, não consegue realizar seus sonhos e, diante do painel de voos, no aeroporto, não sabe o que fazer da vida, sozinho, perdido, abandona sua mochila cheia (quem sabe vazia), no saguão do aeroporto. Alegoria triste, de uma morte em vida.





sábado, 15 de outubro de 2016

DOS CAÇADORES DE POKÉMON, AO CONVÍVIO DIÁRIO COM AS REALIDADES VIRTUAL E AUMENTADA


Nada mais bobo do que sair por aí à caça de Pokémon. E, pior, colecionar. Bom, pelo menos, esse joguinho serviu para fazer um mundo de gente se levantar de suas cadeiras, da frente das telas de seus computadores, pegar seus dispositivos móveis e cair no mundo real, andando a pé, mesmo, em busca dessas criaturinhas virtuais, como se disso dependesse a sua própria sobrevivência.


O negócio é que, por trás dessa brincadeirinha, aparentemente inocente e inócua, existe um universo de possibilidades que, desde décadas, vem sendo desenhado com uma mistura do mundo real com o mundo virtual. Desde os primórdios do cinema, onda a ilusão visual era uma ferramenta decisiva na construção de uma realidade fora dos padrões normais, concebida por Harold Lloyd, cuja cena mais famosa é o seu personagem pendurado em um relógio, no alto de um prédio. Alguns anos depois, Hollywood colocou o ator Gene Kelly cantando e dançando com os personagens do desenho animado, Tom & Jerry. Na saga de Guerras na Estrelas, Luke Skywalker luta contra Darth Vader sobre um abismo, no interior da Estrela da Morte. Nos dias de hoje, poucas cenas de perigo são produzidas em ambiente real. Essa mistura do real com o virtual foi muito usada pela televisão, em tempo real, outra expressão comum da década de 1990, nas transmissões de partidas de futebol, inserindo marcas, logotipos e placas nas beiradas dos campos, nos gramados, nas arquibancadas ou em qualquer outro lugar, de forma a perecer que aquilo está lá, realmente. Junto com isto, cientistas da tecnologia desenvolviam óculos de 3D, enormes e pesados. Depois veio o Google Glass, feios, incômodos e deselegantes.



O futuro se escancara diante dos nossos olhos, com os digital maps, digital globes e street views. Você Não precisa mais ir lá para conhecer. Passear por ruas, praças, praias e até um mergulho no Mediterrâneo, no litoral das ilhas gregas, pode ser feito virtualmente.



O próximo passo são carros equipados com tecnologias onde os motoristas serão dispensados, os obstáculos das ruas antecipadamente visualizados, cirurgias executadas sem métodos invasivos, exames de órgão em projeção holográfica, com visão tridimensional, com o mapa anatômico detalhado do órgão e todos os seus problemas. As pessoas terão implantadas micro sistemas, altamente complexos, de inteligência artificial, em seus organismos, que transmitirão todo tipo de informação desejada, instantaneamente. Tudo vai mudar. As relações sociais, econômicas e políticas. Com a chegada da internet das coisas, quando eletrodomésticos, como geladeiras e fogões, serão ferramentas de coleta de informações relevantes para o dia-a-dia, como a hora de tomar o remédio, de comprar os mantimentos e outras atividades prosaicas da casa, da escola, do trabalho e das instituições sociais. Aliás, o que mais deverá sofrer mudanças, será o ambiente do trabalho. Hoje, mesmo, parte do meu tempo de trabalho é cumprido em casa e os trabalhos são enviados pela rede, com o mínimo de uso de papel, tinta, pincéis, lápis, canetas e outros utensílios para execução do trabalho.



A produção de textos e imagens são, em sua maior parte, produzidos virtualmente, em computadores de mesa ou em dispositivos móveis. É o mundo real sendo invadido pelo mundo virtual e pela realidade aumentada. Em pouco tempo, muito pouco tempo, tudo estará conectado, aparelhos elétricos e eletrônicos, utensílios domésticos e profissionais, inclusive roupas.

A informação unipresente cria muitas e infinitas possibilidades de mercado. Possibilidades nunca, antes, imaginadas. Identificar, plenamente, um cliente potencial, a pessoa, saber do que gosta, o que come, seus horários, seus problemas de saúde, suas potencialidades físicas e, com isso, poder oferecer soluções individualizadas e personalizadas, ajustada ao perfil único desse usuário, muda e vira pelo avesso todas as concepções dos modos de produção, de comercialização, de Marketing e de toda a logística, uma vez que, a produção e comercialização de bens, e a oferta de serviços será toda particularizada e distinta, com a eliminação de depósitos, armazéns e transporte de grandes volumes.

As ferramentas de Comunicação estarão sob o total controle dos usuários, que fruirão o que quiserem, na hora que quiserem e aonde estiverem. Falar com essas pessoas vai ser uma tarefa duríssima para os profissionais de Marketing e Comunicação. Nada será como conhecemos, hoje. Por outro lado, com a internet das coisas, como chamamos atualmente, as opções de veiculação de material promocional serão muito mais distintas e criará uma interatividade plena e muito mais efetiva entre a demanda e a oferta. Mais importante é compreender que todo os processos produtivos, desde a percepção dos desejos e necessidades, distribuição e comercialização de produtos e serviços, sofrerão mudanças drásticas, determinando o fim definitivo do mercado de massas. Estaremos no ápice do mercado individual.



Da mesma maneira que aproxima todas as pessoas, as novas tecnologias vão tornar as relações pessoais, cada vez mais virtuais, aumentando a distância entre os indivíduos. Mas isso não é o fim, é o princípio de um admirável mundo novo que, nós, os mais velhos, deverão se acostumar com ele, e se acomodarem a ele.

AS ELEIÇÕES E OS MERCADOS


Uma coisa é preciso saber e incorporar. Políticos não são produtos, nem são marcas, são prestadores institucionais de serviços, servidores públicos, eleitos pelo voto popular para fazer valer e administrar os serviços básicos para toda a população. São gestores e fiscais da “coisa pública”, que muitos imaginam que não tem dono. Muito ao contrário, há um contrato social que reza serem todos os cidadãos, donos e senhores desta “coisa pública”. O mau uso da “coisa pública” faz com que os administradores não sejam dignos da confiança dos donos dessa coisa.

Assim, como prestadores de serviços, ou seja, administradores e fiscais dos serviços públicos, devem agir como administradores escolhidos, dentre toda a população, para gerir com competência e rigor contábil, com confiança, lisura e transparência, prestando contas em relatórios periódicos aos proprietários dessa grande sociedade anônima, que é o Ente Estatal, não importando seus nomes, partidos ou procedência. Mas devem ser pessoas, pelo menos, minimamente confiáveis.

Como num balcão de mercadinho, as campanhas eleitorais vendem candidatos que, tais como refrigerantes, eletrodomésticos ou detergentes, prometem tempos mais refrescantes, a melhor imagem ou limpar mais limpo. Isso não contribui para a boa informação, nem para a melhoria da qualidade dos serviços, nem para o aperfeiçoamento das relações entre prestador dos serviços e usuários, porque não limpa o que dever ser, sempre, muito limpo, só piora a qualidade da imagem e só aquece os ânimos entre as partes. E nem aprofunda a densidade do conteúdo que, em sua maioria, é raso, inconsequente e enganoso.

Os mercados estão antenados com todos os movimentos que ocorrem em seu interior e no seu entorno. E vai se ajustando com o desenrolar desses eventos, para o bem ou para o mal.

Enquanto candidatos se comportarem como produtos, que podem sem consumidos tais como lanches rápidos, que não alimentam, com atitudes completamente adversas dos desejos dos Mercados, pode-se dizer, aqui, eleitores, ficarão expostos a situações vexatórias, tornando-se ridículos e alvo de chacota, ou, até mesmo, ao imponderável.

Políticos geralmente se sentem donos da verdade, acreditam que sabem tudo sobre o eleitorado, que sabem convencer até aqueles que são, historicamente, contrários às suas ideias. Não ouvem conselhos sensatos nem contratam conselheiros sensatos. Preferem ouvir o que querem ouvir e nem querem ouvir o que precisam ouvir. Não raro, escorregam em declarações desastrosas, absurdas, discordantes, anacrônicas ou completamente descabidas, numa aberta agressão à nossa inteligência.

Política não deveria ser feita para grupos, nem para partidos, mas para todos. As ideias e ideologias podem, via de regra, serem completamente opostas, mas o objetivo deveria ser o bem comum, não o enriquecimento fácil, pelo uso do dinheiro que “não tem dono”, como muitos querem acreditar. Dividir políticos em categorias, como produtos industriais, acirra as diferenças e aumenta o nível de tensão entre os extratos sociais, o que acaba se refletindo nas relações econômicas. E, aquilo que deveria funcionar para manter o equilíbrio de forças nas relações sociais e de classe, descamba para o conflito de interesses pessoais, para a violência entre grupos de interesse e para o conflito silencioso da violência das ruas, entre “incluídos” e “excluídos” que, via de regra, estão no mesmo barco, com todos brigando entre si, na busca insana pelo controle e o comando de uma embarcação sem rumo e sem destino, em meio a uma tempestade inclemente. Frente a uma situação dessas, só há uma certeza, a do naufrágio. Um destino que foi decidido por todos.


terça-feira, 15 de março de 2016

MARKETING AMBIENTAL E ECONOMIA VERDE




Provavelmente seja do conhecimento de todos que várias instituições desenvolvem projetos e programas ambientais, baseados em práticas sustentáveis, com o objetivo de garantir qualidade de vida para as pessoas e uma maior e melhor integração entre o ser humano e o ecossistema, na busca permanente de uma convivência não predatória, com o uso racional dos recursos naturais. Tudo isso porque o consumo predatório já mostrou que o rumo que essa maneira de viver não nos levará a bom lugar.

Uma das maiores preocupações do marketing ambiental é a destinação responsável de resíduos. Por isso, enquanto profissionais, ligados a alguns órgãos de viés ambiental, estamos planejando -e discutindo- ações permanentes e projetos econômicos ambientalmente responsáveis, a partir das ideias de Economia Circular, Economia Verde, Logística Reversa e Reaproveitamento de Resíduos, cuja implementação reduzirá, se utilizada em nível global, 60% da dependência da exploração dos recursos naturais, com um ganho real de 4,5 trilhões de dólares, no período de um ano, o que equivale a 5% da economia mundial.



Com sistemas de logística mais integrados, unidades industriais menores e mais próximas dos centros de distribuição, estes, também, menores e mais próximos dos centros de consumo, os sistemas de transporte poderão atingir o máximo de eficiência, com menor custo econômico e ambiental, o que estimula maior sinergia entre produção e consumo, com o uso de novas tecnologias em veículos elétricos e outras alternativas de matrizes energéticas não fósseis e não poluentes.

O propósito de toda cadeia de convivência é despertar cada indivíduo para a necessidade de mudança de paradigma nas relações de consumo, esclarecendo que não há necessidade de destruir a própria casa para ganhar mais dinheiro. Ganhar mais dinheiro significa, também, reduzir desperdícios, sejam eles na produção, na logística ou na ponta do consumo. Por isso, empresas e pessoas precisam repensar suas operações e seu modo de vida para proteger o meio ambiente, ganhar dinheiro e ter uma vida melhor, com mais conforto.




quinta-feira, 23 de abril de 2015

O QUE AS MENTIRAS PODEM FAZER POR VOCÊ.

Minha última postagem já dava o tom da coisa, só que ninguém deu a mínima. Também pudera, um publicitariozinho de merda vai dizer verdades sobre poderosos como o PT e a Don Dilma... Bem vamos lá.
O tema abordado foi esse mesmo que você viu. MENTIRAS. Como se isso não fosse um hábito frequente entre políticos. Outro dia mesmo dizia, eu, para um amigo: "se aquele nosso amigo se candidatar, como andam dizendo, paro de falar com ele, definitivamente." Parece definitivo demais, não é? Pois é, não é. Porque definitivo só a morte e só volto a falar com ele na próxima encarnação. Como eu não acredito em reencarnação...
Vamos parar de blá, blá, blá e chegar ao ponto. Sobre o que as mentiras podem fazer por você, é só dar uma olhadinha para a situação da Dona Dilma Presidenta, que está de orelha ardenda (é ardenda, mesmo, já que pra ela, tudo o que diz respeito à mulher, tem que terminar com "a".), já que sua vida, ao que parece foi uma grande mentira. Pelo menos naquilo que disseram sobre ser uma grande gerenta. Se é que uma grande gerente pode ser chama de "gerentona". Bem, no vocabulário da rádio-corredor, o termo "gerentona" significa que aquela pessoa não tem o menor trato com a pessoas, mas manda que é uma maravilha, dá ordens como quem bebe água na hora da sede. Se ela não é incompetente, não sabe o que está fazendo, é incapaz. Incapacidade é diferente de incompetência. Uma pessoa incapaz é aquela que não tem habilidade para fazer certas coisas ou exercitar certos cargos. Por exemplo, tem gente que simplesmente, por inaptidão, não podem se tornar empreendedores, porque não possuem a capacidade de gerenciar. Mas podem aprender, mesmo não tendo aptidão para a coisa. E podem, até, fazer bem feito. Nunca serão excepcionais, mas podem ser bem sucedidos na atividade. Já o incompetente, mesmo com aptidão e conhecimento, não terão a capacidade de fazer um julgamento equilibrado e isento para a tomada de decisões. São emocionalmente frágeis e altamente instáveis. Estão sempre certos, mesmo sabendo que estão redondamente enganados. São incapazes de admitir que seus erros não são fruto das circunstâncias adversas, provocadas por fatores inesperados. Os incompetentes são completos em si mesmos e nada, nem ninguém, os faz perceber que uma mudança de rumos, ou um recuo estratégico, pode ser o melhor dos movimentos, em situações críticas. É melhor um recuo estratégico ao sofrimento de baixas desnecessárias. Mas os incompetentes, mesmo na derrota, acreditam que estão vencendo a batalha.
Dona Dilma foi "vendida" ao eleitorado como uma administradora excepcional, mas os fatos ocorridos nos últimos quatro anos falam por si.
Ainda assim, com toda essa lama rolando morro abaixo, não percebo como sensato o pedido de "empichamento" da Dona Dilma, isto é, o impeachment, ou, em bom português, impedimento, pois, mesmo que ela tenha culpa no cartório, nada chegou até ela. Podem dizer que foi omissa, negligente, desatenta, nunca cúmplice. Ela está muito bem blindada.
No entanto, a porra da mentira pode levar toda uma vida pro buraco. O sujeito pode ser burro, incompetente, lerdo, parvo, idiota, corno ou qualquer coisa que possa envergonhá-lo, mas ser um mentiroso torna o indivíduo indigno de confiança, alguém capaz de enganar e tripudiar sobre qualquer um, para conseguir o que quer. Até corromper e ser corrompido.
Não é o caso da Dona Dilma, acusa-la de corrupta ou coisa do tipo. Mentirosa, sim. Tudo o que foi prometido na campanha anterior e na última, para as eleições de 2014, foram absolutas mentiras. E as pessoas acreditaram. Até o Bolsa-Família é um grande engodo. E deu no que deu. Inclusive seus aliados estão contrariados.
A melhor decisão que a Dona Dilma pode fazer, neste momento, é pegar deu boné (ou sacolinha de shopping) e cair fora, expontaneamente. Pula fora, Dona Dilma, pula fora, vai ser mais honroso, do que enfrentar mais um fracasso de crítica e de público. Seu (des)governo já deu, a senhora mesmo, do alto de sua arrogância decretou que a mentira tem pernas curtas. E bota curta nisso, Dona Dilma.
Se não, a gente vai ter que dar uma de Capitão Nascimento e gritar, bem alto, nos seus ouvidos moucos: "PEDE PRÁ SAIR, PEDE PRA SAIR!!!!!"

sábado, 30 de março de 2013

MENTIRINHAS, MENTIRAS E ESTATÍSTICAS



Mark Twain era escritor. Estadunidense, autor de grandes livros juvenis como “As Aventuras de Tom Sawyer” e “ As Aventuras de Huck Finn”, com suas tiradas e sacadas irônicas e inteligentes, elevou o bom senso à categoria de arte pura. Foi ele quem melhor conceituou e deu a idéia definitiva sobre o que é a mentira. Segundo Twain, existem três maneiras de mentir, a primeira é a MENTIRA, pura e simples; a segunda é a MENTIRA DESLAVADA, descarada e sem um pingo de caráter, se é que mentir tem algum vestígio de caráter; a terceira são as ESTATÍSTICAS.


Partindo desse princípio, podemos perceber que, nestes tempos em que tentamos levar a vida em frente, a mentira tornou-se uma forte moeda de influência, uma maneira lucrativa de viver. Ela se faz presente , segundo a ordem supracitada, nas escolas, nas igrejas, nas redes sociais, na política e nos governos. Todos mentem sem culpa ou qualquer vestígio de remorso, os políticos e muitos religiosos mentem sem o menor pudor e, quando chamados às falas, se comportam como se tivessem sofrido injúria grave. Já os governos usam as estatísticas.

Não vamos discutir, neste momento, a importância das redes sociais, isso é papo pra outra hora, nem sua relevância na vida das pessoas e das empresas, contudo, o uso dessa ferramenta de relacionamento pode ser feito de forma inteligente e que redunde em crescimento pessoal e profissional. Uma maneira rápida de manter contato com amigos distantes e de monitorar o comportamento do consumidor, de construção e/ou destruição de reputação de pessoas, instituições e, até, países. O uso das redes sociais, como de ferramentas religiosas e educativas, usados com bom caráter, com ética e senso de responsabilidade, promove ganhos em todos os níveis, para todos. O contrário redunda em descrédito. As mentiras podem durar algum tempo, mas, com o andar da carruagem, ou seja, o próprio tempo se encarrega de lançar luz sobre todas as coisas. Há uma diferença muito sutil entre a MENTIRA e a MENTIRA DESLAVADA. A primeira pode ser uma forma de defesa, dependendo da situação, que pode se tornar um problemão quando descoberto, portanto, um recurso desnecessário e pouco inteligente.

Quanto aos políticos, bem..., todos sabem que eles são mentirosos contumazes e muitos não têm jeito, mesmo. Todo mundo já conhece essa história. Todos são assim, mentirosos, ardilosos, descarados... e não vou perder meu tempo para falar mais de um assunto tão nauseabundo.

Os governos, estes sim, são mestres em mentir. Mentem tão bem que até eles mesmos passam a acreditar em suas mentiras. E mais, são capazes de “enrolar” até o mais perspicaz dos interlocutores ou observadores. Os governos usam uma maneira muito sutil e elaborada de mentir, usando verdades (de verdade, mesmo!) para formular suas grandes mentiras. Não estou falando de sofismas, onde se parte de premissas falsas para se estabelecer uma verdade, ou vice-versa, dependendo do objetivo. O sofisma é alguma coisa que requer pensamento articulado, inteligência refinada e raciocínio arguto. Estou falando das ESTATÍSTICAS.

As estatísticas têm como objetivo provar que aquilo que quem comprou a pesquisa deseja que seja uma verdade, se estabeleça como verdade. E isso com o uso dos números, da matemática. Albert Einstein dizia que “os números não mentem, mas os mentirosos fabricam números”. Esse é o caso do superapregoado fim da miséria, no Brasil, pela gestão Dilma Rousseff, que tem data e hora mascadas para acabar. Para piorar, tem um valor estabelecido, R$ 70,00 (setenta reais) por mês. Essa é a verdade do Governo Dilma. Nem os grandes mentirosos dos tempos do “milagre econômico”, liderados por Delfim Neto, urdiram tal coisa.

A gente começa a ficar imaginando como é sair da miséria, com essa fortuna de setenta reais todo mês, na conta bancária, bancados pelo Governo Federal, que, afinal de contas, usa o dinheiro de contribuinte para tirar os miseráveis da miséria. Que país bacana, esse, não teremos que dar esmola para mais ninguém. Quando dermos de cara com um pedinte, poderemos ter certeza de que estarmos diante de um legítimo representante da classe média brasileira, com conta bancária e crediário em loja popular de eletrodomésticos. Sendo isso o que o Governo do Brasil quer que a gente acredite, então a gente vai acreditar, desde que a gente não olhe para fora das nossas janelas ou que fechemos os olhos para a realidade.

Para retirar um povo inteiro da miséria, é necessário, antes, criar e operacionalizar as possibilidades de educação e saúde, universal e de qualidade. É fundamental que os governos tenham o compromisso com o futuro, investindo pesado na educação fundamental, de alta qualidade, onde o aluno aprenda a gostar do conhecimento, onde a criança desenvolva sua capacidade de ler as realidades, de interpretar o mundo à sua volta de maneira crítica e criativa, explorando todo o potencial de crescimento de alunos e professores, para que, esses alunos, chegando ao Ensino Médio e Superior, não sejam, apenas, portadores de diploma, mas sejam proprietários de competência e inteligência criativa e, além disso, responsabilize, criminalmente, pais e/ou responsáveis que não cumpram a lei, no que se refere à situação da obrigatoriedade de criança na escola, na idade própria. Mas, no Brasil os governos não têm apreço pelas obras dos outros, só eles são competentes e agem como se “nunca, antes, na história desse país” houvesse alguém que possa fazer alguma coisa boa. Se bem que, pessoalmente, não acredito que políticos possam fazer alguma coisa boa.

Quando governos dão mais importância à estética do que ao conteúdo, priorizando computadores no lugar de valorizar a inteligência, porque não adianta ter computadores de última geração nas mãos de pessoas que não sabem raciocinar, fica claro que não querem mudar nada, muito menos o status social e econômico da população. Basta dar alguns passos pelas ruas da cidade para chegar à constatação dos fatos.

O problema é que todos eles se esqueceram do slogan daquele seriado, meio estranho, o Arquivo X, que diz: “... A Verdade Está Lá Fora!”. É só olhar em volta.



quinta-feira, 28 de março de 2013

LIDERANÇA & OBEDIÊNCIA


Os primeiros dez dias de Março, deste ano de 2013, foram, certamente, os mais movimentados dos últimos tempos. Um Papa demissionário, um caudilho que bate as botas na Venezuela, um presidente do Senado brasileiro que... Deus me livre e guarde e um presidente de comissão de direitos humanos da Câmara dos Deputados, em Brasília, que não é direito nem humano. E, então, me lembro daquela velha canção do Chico Buarque ... “Chame o ladrão”.


O que liga esses pontos, na verdade, é aquilo que chamamos de liderança. Cada um ao seu estilo que, no fundo, bem lá no fundo, é a mesmíssima coisa: exercício do PODER. O que faz um Papa, um Ditador, um sujeito sem caráter e um aventureiro em funções de alto comando? Isto mesmo, o exercício pleno do poder, um poder que pode determinar uma mudança radical, para melhor (ou para pior) na vida das pessoas ou a sua total escravização. O problema está no fato de que qualquer tipo de mitificação de um indivíduo é uma forma de escravização. Um povo que não consegue seguir em frente, fazendo suas próprias escolhas, ainda que suas idéias não sejam seguidas pela maioria, além de se tornar dependentes de um líder centralizador e totalitário, oferece total obediência a esse indivíduo e se coloca como escravo de uma idéia, de um conceito de governo, de uma ideologia que, no fim das contas, não pretende que seus seguidores elaborem seus próprios pontos-de-vista em relação a si mesmos, em relação ao outro e, por conseqüência, em relação ao mundo. Enfim, nunca irão saber qual o seu papel neste imenso e infindável palco de vida. E nem sabem o que será, após saírem de cena.


O Vaticano tem Conclave. No Congresso Nacional tem conchavo. A Venezuela ainda está Com Chaves. É quase impossível saber o que será de nós.

E o pior está por vir, durante muito tempo só teremos fumaça negra nos olhos.